Os conflitos começaram a partir da ameaça de despejo de palestinos do bairro de Sheikh Jarrah, fora dos muros da Cidade Velha de Jerusalém. A área é reivindicada por judeus. Muito se fala em guerra religiosa, mas a verdade é guerra sobre espaço. O prédio de que abrigava as agências Associated Press (AP), dos Estados Unidos, e da emissora Al Jazeera, do Catar, desabou após ser bombardeado por Israel, no sábado, além de bombardearem Médicos sem fronteiras, sendo um dos ataques mais injustificáveis dos últimos tempos. Mas, quem eram os primeiros que disputaram terras e levaram a volta dos massacres?
A Palestina estava sob o domínio do Império Otomano. Com a dissolução do império, a Inglaterra passou a administrar a região em 1917. Os judeus fizeram seu movimento migratório logo após as perseguições ocorridas na Europa. Justificam a tomada a região dos palestinos como santa, pois o local é denominado "Terra Santa" e "Terra Prometida", mas lembrando que o conceito de local sagrado é compartilhado também pelos muçulmanos e cristãos. Logo, o que deveria unir, é o motivo de discórdia. Historicamente, Judeus foram expulsos pelos romanos no ano 70 d.C. e desde então, se tornou um povo que sempre procurou sua pátria. Imaginem o quanto amamos nosso bairro de origem, nossa cidade de nascimento e nossa pátria. Agora imaginem um povo sem essas referencias.
É bem verdade que no século XIX, a onda nacionalista na Europa, insuflou grupos de judeus em torno das ideias sionistas do húngaro Theodor Herzl, que defendia que o lar para os judeus deveria ser em "Sião" ou a terra de Israel, a Palestina. O movimento êxodo de Nakba foi ocupando, após a segunda guerra mundial, os territórios Palestinos. Mas também é verdade que a tomada indiscriminada credita a ocupação ocidentalista capitalista, descrita por Edward Said, cristão, palestino, no clássico "A questão da Palestina".
O que eram em 1946 algumas ocupações, quase 80 anos depois, hoje, são 90% do território de Israel. Varreram os palestinos em conflitos sangrentos, tendo os EUA como grande apoiador de massacres e uma grande passada de pano da ONU. Se antes até tínhamos censura sobre o conflito nas principais agências de notícias do mundo, hoje assistimos ao drama da população pelo Tik Tok. A Palestina atira pedras, vandaliza prédios, quebra carros, Israel destroi dois quarteirões e mata doze famílias em um ataque. A discrepância militar é enorme. E assusta a cada postagem na rede social. Vemos de um lado uma população sendo dizimada, principalmente crianças, e do outro, um marketing do apartheid pedindo que apoiem a limpeza étnica da palestina.
A desigualdade de forças e o avanço truculento de Netanyahu, de uma política aliada aos conceitos da era Trump e Bolsonaro, se locupleta dos avanços para uma extrema-direita que a pouco tempo estava conseguindo se reerguer no mundo, mas perdeu força com a perda de seu maior nome, o ex-presidente Trump. Nunca antes a força dos ataques foram tão fortes e desumanos e nunca foi tão forte o genocídio e crimes contra a humanidade que acontecem nesse momento, em plena pandemia. A Palestina não é Dachau, nem Belsen e nem Auschwitz. Netanyahu também está em seus últimos suspiros políticos, mesmo com os ataques que podem render apoio da extrema direita interna e externa, foram um grupo religioso, os Haredins, que impediram a quinta reeleição.
Toda vez que eu perco esperança sobre a causa Palestina, eu lembro que a Argélia derrotou a França depois de 132 anos. Dizem que ninguém escapa de uma obsessão, mas ainda vou ver em vida, uma Palestina livre.